quinta-feira, 21 de abril de 2011

november rain.

São 04h00min AM, e ainda não consegui fechar os olhos pra um bom sonho, um bom sono. A casa continua em silêncio profundo, não existe ninguém na sala, na cozinha, e muito menos aqui comigo, nesse quarto, escuro. Companhia, só a dos cães vagando na rua, os gatos que pulam de teto a teto, procurando um conforto pra dormir, e a lua, que por sinal, já está indo embora.


São 04h05min AM, agora, e eu continuo pensando na mesma coisa que pensava hà 5 minutos atrás, essa indecisão que martela minha cabeça. Mais uma tragada no último cigarro que encontrei na minha bolsa, já velho e amassado, pedindo, por favor, a ser fumado.
Continuo sentada na janela, à espera de uma solução, à espera de um pensamento esperto que possa me ajudar, e fazer com que eu volte a dormir em paz.

Sinto um pingo gelado e molhado, que poderia ser o sangue amargo caindo do céu se eu estivesse lá em cima, mas não, era uma gota de água, apenas, molhando aos poucos meu rosto, meu corpo, minha alma. Permaneço onde sempre estive, desde o início dessa noite longa, a chuva só foi mais um motivo pra continuar ali. Mantive os olhos intactos, e fortes, pra não derramar uma gota sequer de choro/medo...

Por tanto tempo procurei um lugar assim, onde eu pudesse ver todas as coisas que me faziam bem, de uma só vez, a chuva, à noite, o silêncio espetacular, a lua... Não sabia que bem ali ao lado da minha cama existia uma janela, que estava sempre aberta, me esperando pra uma noite feita aquela... Onde a chuva me esperava pra dançar, onde a lua era cenário indispensável pra minha solidão.

A conclusão é que fui dormir sem conclusão nenhuma, me faltando um artifício que sempre tive _a sabedoria, pra saber embutir direitinho onde exatamente quero. Mas não, parece que nessa noite, ela (a sabedoria), saiu pra descansar, descansar de uma mente carregada, e que precisava de um olhar distante e muito mais além de um olhar de uma janela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário